Existem infinitas de filmes de terror. Mas quantos filmes são sobre o próprio terror? "Skinamarink: Canção de Ninar", longa-metragem de estreia de Kyle Edward Ball, é uma proposta experimental minimalista na narrativa: dois crianças acordam no meio da noite, não conseguem encontrar seu pai e descobrem que todas as janelas e portas da casa desapareceram, então decidem se refugiar na sala com vídeo-cassetes e brinquedos. No entanto, parece que há algo na escuridão que os persegue. Com essa premissa tão sucinta, Ball não foca em contar uma história mas em construir uma atmosfera de medo primitivo: a dúvida de que algo brutal e incompreensível esteja escondido na escuridão do armário, no fim da escada ou embaixo da cama. Por isso mesmo, "Skinamarink" pode parecer repetitiva e até cansativa, assim o experimento não é totalmente bem-sucedido. No entanto, uma coisa é certa: é toda uma experiência que fará você sentir-se como uma criança, encolhido na sua cama se perguntando se aquilo que vê na parede é apenas uma parede, ou um monstro pronto para te acabar. Leia mais em nossa crítica completa de Skinamarink.
Com um ritmo muito mais cativante do que o de Relic, mas significativamente melhor realizada do que Sorria, Fale Comigo é uma sólida proposta de terror independente que compartilha com esses filmes a abordagem de temas complexos sobre saúde mental. Aqui, a história trata de Mia (Sophie Wilde em uma incrível atuação), uma garota que não consegue superar a morte de sua mãe, que tem poucos amigos e cuja relação com seu pai se deteriorou. Durante uma noite de festa, ela se oferece para o perigoso jogo com uma mão embalsamada que permite se comunicar com demônios, e ela se torna viciada na emoção. No entanto, como pode ser antecipado, estes jogos começam a sair do controle. Embora sua trama seja previsível por momentos, a direção dos irmãos Danny e Michael Philippou consegue manter uma grande tensão narrativa sem cair nos sustos baratos (ou jump scares), resultando em um filme que, além de tocar tópicos importantes, é extremamente divertido para qualquer fã de terror.
A beleza dos monstros - e do terror como gênero narrativo em geral - é que permite dar uma forma concisa aos nossos medos, por mais abstratos que sejam. Como expressar o medo da solidão, de não pertencer quando se vive em um país estranho, longe da própria cultura? Aí reside o coração de Não Abra! (It Lives Inside). A trama segue Samidha (Megan Suri), uma adolescente indo-americana que vive com seus pais conservadores nos subúrbios da Califórnia e só quer se encaixar. Em sua órbita está sua antiga amiga, Tamira (Mohana Krishnan), que se comporta de maneira errática e carrega consigo um frasco misterioso vazio. Quando, em um acesso de raiva, Sam quebra o frasco, ela liberta um demônio mítico que coloca em risco suas vidas. Embora não seja tão potente em seus momentos de terror, é um filme interessante pela maneira como adapta o folclore indiano para retratar a experiência de isolamento e deslocamento daqueles que habitam longe de sua cultura nativa.
Uma mistura de suspense, terror e ficção científica que, da melhor maneira possível, lembra grandes filmes desses gêneros como "Rua Cloverfield, 10", "Não, Não Olhe!!" e "Guerra dos Mundos". Dirigido por Brian Duffield (Espontânea), "Ninguém Vai te Salvar" segue uma jovem, Brynn (Kaitlyn Dever), uma garota ansiosa que prefere ficar em casa... até que estranhos invasores a obrigam a sair e enfrentar o inexplicável. O que se segue é uma história cujo ritmo nunca diminui e apresenta intrigas interessantes, que Dever consegue carregar sozinha. Se você gosta de terror e ficção científica em sua forma mais perturbadora, não deixe passar.