A premissa de um Papai Noel robô que sai do controle e inicia uma onda de assassinatos parece ser própria de um filme série B de baixo orçamento. Essa é exatamente a melhor forma de descrever Feliz Natal (Christmas Bloody Christmas), e isso não é um insulto. No melhor sentido, o filme pega sua premissa e a leva adiante para se tornar uma maratona de sustos e sangue muito divertida, que certamente dará uma reviravolta interessante às suas festas se você estiver cansado de assistir Esqueceram de Mim todos os anos.
Este é um filme que facilmente poderia ter sido feito nos anos 1980 -- e isso não é uma crítica. ‘Entre Armas e Brinquedos’ tem bons atores e uma história que vai direto ao ponto. Quem cresceu assistindo à filmes e séries que não se levam a sério, e deixam isso bem claro, vão achar esse filme um deleite. Com um roteiro divertido e interessante, a narrativa mostra a dura realidade em que o Papai Noel, interpretado por Mel Gibson, está a beira da falência e usa do serviço de militares para tentar salvar a empreitada. Não tem como não se interessar por um premissa dessas. É basicamente a inserção do capitalismo em um mundo lúdico.
Depois de Mel Gibson interpretar um Papai Noel realista em ‘Entre Armas e Brinquedos’, chega a vez de ‘Noite Infeliz’ apresentar o bom velhinho violento. Isso mesmo: David Harbour (‘Stranger Things’) é um Papai Noel que, enquanto está distribuindo presentes na noite de Natal, encontra uma família sendo feita refém por criminosos perigosos. É aí que o diretor Tommy Wirkola (‘João e Maria: Caçadores de Bruxas’) se solta, colocando esse Papai Noel bruto, com um pé forte nos contos tradicionais sobre essa figura, batendo de frente com os criminosos – usando um martelo que ajuda ainda mais a construir a imagem desse Noel “bad boy”. Divertido e com bastante sangue espirrando na tela.