O Exorcismo (The Exorcism) marca o segundo filme do astro Russell Crowe sobre exorcismo em menos de um ano -- o outro, foi o divertido e descompromissado O Exorcista do Papa. Aqui, porém, Crowe não é exatamente um exorcista, mas um ator interpretando esse tipo tão comum de personagem em um filme de terror. Marcado por atrasos nas gravações, interrompidas durante a pandemia e retomadas quatro anos depois, o longa-metragem tenta brincar com a metalinguagem da proposta e como os atores se relacionam com seus personagens, fazendo comentários breves sobre como as histórias que interpretam podem entrar na vida de seus próprios atores. Está longe (bem longe!) de ser um filme perfeito, com um ritmo quebrado e uma falta de profundidade gritante. No entanto, ainda assim pode ser divertido -- apesar de todo o drama parental -- assistir a Russell Crowe vivendo novamente esse personagem lutando contra demônios por aí.
Com um ritmo muito mais cativante do que o de Relic, mas significativamente melhor realizada do que Sorria, Fale Comigo é uma sólida proposta de terror independente que compartilha com esses filmes a abordagem de temas complexos sobre saúde mental. Aqui, a história trata de Mia (Sophie Wilde em uma incrível atuação), uma garota que não consegue superar a morte de sua mãe, que tem poucos amigos e cuja relação com seu pai se deteriorou. Durante uma noite de festa, ela se oferece para o perigoso jogo com uma mão embalsamada que permite se comunicar com demônios, e ela se torna viciada na emoção. No entanto, como pode ser antecipado, estes jogos começam a sair do controle. Embora sua trama seja previsível por momentos, a direção dos irmãos Danny e Michael Philippou consegue manter uma grande tensão narrativa sem cair nos sustos baratos (ou jump scares), resultando em um filme que, além de tocar tópicos importantes, é extremamente divertido para qualquer fã de terror.
Na história do cinema de terror (e do cinema em geral), há um antes e um depois de 'O Exorcista', baseado no romance de William Peter Blatty. Fez história por diversos motivos, pois legitimou o gênero como algo mais do que entretenimento barato, com grandes possibilidades artísticas. Foi o primeiro filme do gênero a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme (uma de suas dez indicações), e chocou o público de sua época com cenas arrepiantes, cujos efeitos especiais ainda impressionam.
Em relação aos filmes de terror sobrenaturais mais "tradicionais", ‘Invocação do Mal’ está entre as produções mais bem-sucedidas da história recente. Mesmo que ele não proponha algo realmente original, o diretor James Wan aproveita os recursos narrativos típicos do gênero e uma tensão palpável e para causar sustos incríveis do público. A tecnologia contemporânea de efeitos especiais torna possível alcançar algo verdadeiramente assustador, que se afasta do que era visto nesse tipo de filme nos anos 1980.