Borderlands é um filme que por muito tempo foi comentado, mas parecia nunca sair do lugar -- o sucesso do videogame era atraente, mas a maldição ao redor de filmes baseados em games parecia pesar mais. Até que de maneira bastante improvável, o cineasta Eli Roth (O Albergue) assumiu a dianteira do projeto. Aliás, "improvável" é um adjetivo que funciona bem para este título: não só é surpreendente ter saído do papel, como boa parte do elenco parece não se encaixar aqui (principalmente Cate Blanchett e Jamie Lee Curtis). A história, afinal, é escrachada: um grupo de mercenários precisa resgatar a filha de um poderoso enquanto há uma corrida para encontrar um tesouro em um planeta na periferia da galáxia. Divertido, ainda que exagerado em seu tom, o filme transita entre o público infantil e uma ficção científica para fãs de Star Wars a todo o momento, sem nunca saber para qual lado seguir. Ainda assim, deve divertir aqueles que buscam uma space opera descomprometida e relaxada, sem ficar preocupada em criar mundos e universos muito complexos -- além de toda surpresa com Blanchett, em seu papel mais bizarro da carreira.
A saga de videogames Tekken não desfruta do mesmo sucesso que outras mais conhecidas, como Street Fighter ou Mortal Kombat, e embora também tenha muitos elementos fantasiosos - e até um pouco ridículos, alinhados com as sensibilidades japonesas -, é percebida como uma história mais realista sobre vinganças, lutas e um pouco de intriga corporativa na mistura. A adaptação Tekken de 2010 é competente em resgatar a maioria desses elementos: a história continua a ser sobre Jin, um jovem lutador que entra no torneio para vingar a morte de sua mãe, culpando a empresa Mishima Zaibatsu e seu presidente, Heihachi Mishima - seu avô. Há lutas e uma trama intrigante que parece mesclar elementos de sagas como Os Jogos Vorazes. Se você é fã dos jogos originais e de suas histórias extravagantes, mas também busca entretenimento sem grandes pretensões, vai gostar.
Há uma espécie de maldição pairando em Hollywood quando estúdios resolvem colocar adaptações de videogames na tela grande. O passado formado por títulos como 'Assassin's Creed', 'Mario Bros.' e 'Tomb Raider' mostra que essas aventuras não foram felizes, com resultados abaixo da média. 'Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos', felizmente, escapa um pouco disso -- ainda que recorra em erros comuns em adaptações do tipo. Por aqui, o cineasta Duncan Jones ('Lunar', 'Contra o Tempo') se inspira em 'Senhor dos Anéis' e 'As Crônicas de Nárnia' para tentar criar um épico medieval que mostra um embate entre criaturas e humanos. Há força, principalmente na primeira metade, quando essa fantasia mostra força e a mitologia adaptada para as telas ganha impulso com um roteiro alinhado de Jones e Charles Leavitt ('Aqueles que me Desejam a Morte'). É uma adaptação de videogame acima da média, principalmente pelo elemento da fantasia que empolga. Mas, novamente: dado a qualidade do jogo e as possibilidades no horizonte, poderia ser um filme bem melhor. O melhor é esquecer o produto original e embarcar na história como se fosse um épico nascendo ali, do zero.
Embarcando na onda dos games de sucesso, o jogo ‘Uncharted' ganha a sua adaptação cinematográfica. O filme, que tem o subtítulo de ‘Fora do Mapa’, traz a primeira aventura de Nathan Drake antes dos acontecimentos dos games e é estrelado por Mark Wahlberg, que interpreta Victor Sullivan, e Tom Holland, que dá vida ao famoso caçador de tesouros. Eles podem não ser as escolhas mais óbvias para esses personagens, mas trouxeram um charme para a tela - principalmente Holland, que apresenta uma mistura de Peter Parker com o Indiana Jones. Aliás, é difícil ver ‘Uncharted’ sem lembrar de ‘Os Caçadores da Arca Perdida’. Até por isso, temos uma aventura divertidíssima e que abre espaço para se tornar uma franquia de sucesso também nos cinemas. Assim que o filme termina, dá vontade de acompanhar Wahlberg e Holland em uma jornada.
Super Mario Bros. A Película (The Super Mario Bros. Movie) é o salto definitivo da mascote da Nintendo para o cinema (depois de uma terrível primeira tentativa em 1993). Produzida em parceria com a Illumination Animation Studio (responsável por franquias como 'Minions' e 'Pets: A Vida Secreta dos Bichos'), a película segue o pressuposto básico de todos os jogos do Mario: o malvado Bowser (voz em inglês de Jack Black) invade o Reino Champignon e é responsabilidade do encanador (voz de Chris Pratt) embarcar em uma épica jornada para derrotá-lo. A animação é linda e há algumas decisões de roteiro muito acertadas (como colocar o irmão do Mario, Luigi, como a "dama em perigo" e dar um papel mais ativo à Princesa Peach), apesar disso, na maior parte, é uma película que opta por um humor muito clichê - as escolhas de música são uma das principais ofensas -. Para alguns pode ser demasiado frenética e não é tão memorável quanto deveria ser, tratando-se de um dos personagens mais duradouros da cultura pop. No entanto, é muito divertida, indicada para todo o público e mantém intacta a essência de alegria da franquia. Descubra mais na nossa crítica completa de 'Super Mario Bros: O Filme'.