Filmes

‘Nosferatu’: Trailer, estreia e tudo sobre o remake de Robert Eggers

Nosferatu é um dos maiores – e mais venerados – ícones na história do cinema de terror. O clássico expressionista original de F.W. Murnau, lançado em 1922, raramente foi reinterpretado por outros cineastas em mais de um século, mas está prestes a retornar com a visão de um novo cineasta: Robert Eggers, diretor de obras aclamadas como A Bruxa e O Farol.

Dada a reputação do diretor e da obra que está adaptando, trata-se, em resumo, de um dos filmes de terror mais esperados do ano.

Publicidade

Acima, você pode ver o primeiro trailer do filme e, a seguir, contaremos todos os detalhes: do que se trata, quem está no elenco, a data de estreia e mais.

Tudo sobre Nosferatu, o remake de Robert Eggers

Do que trata?

De acordo com a sinopse oficial da distribuidora, Universal Pictures:
“Nosferatu, de Robert Eggers, é a história gótica de uma obsessão entre uma jovem atormentada e um vampiro terrível apaixonado por ela, causando um horror indescritível em seu caminho”.
A versão original de Murnau era, na verdade, uma adaptação não autorizada de Drácula, o romance de 1897 escrito por Bram Stoker. Situada no auge do Expressionismo Alemão após a Primeira Guerra Mundial, esta adaptação transferia a história para a Alemanha e traduzia para a tela os medos coletivos da sociedade alemã. O antagonista, o Conde Orlok (Max Schreck), foi interpretado como um símbolo da predação da elite sobre o povo, e também como da invasão estrangeira ao território alemão.

Quem está no elenco?

O elenco de Nosferatu é liderado por Lily-Rose Depp (The Idol), Nicholas Hoult (Renfield), Willem Dafoe (Pobres Criaturas) e Bill Skarsgård (It: A Coisa) como o vampiro, o Conde Orlok. O filme também conta com atuações de Aaron Taylor-Johnson (O Dublê), Emma Corrin (Deadpool & Wolverine), Ralph Ineson (A Primeira Profecia) e Simon McBurney (O Pálido Olho Azul). Originalmente, Anya Taylor-Joy, colaboradora frequente de Robert Eggers (ela estreou no cinema com A Bruxa e trabalhou com ele em O Homem do Norte), iria protagonizar o filme. Eggers queria que Nosferatu fosse seu segundo filme, mas adiou em favor de outros projetos. Taylor-Joy teve que deixar o elenco por conflitos de agenda, e Depp foi selecionada em seu lugar. Anteriormente, Harry Styles foi considerado para o filme, mas teve que abandonar o projeto pelo mesmo motivo.
Nicholas Hoult em Nosferatu de Robert Eggers (Crédito: Universal Pictures)

Quando o remake de Nosferatu chega nos cinemas?

Nosferatu, de Robert Eggers, estreará nas salas de cinema do Brasil em 2 de janeiro de 2025, segundo o site oficial da distribuidora, Universal Pictures. Isso seria uma semana após sua estreia nos Estados Unidos, que está planejada para 25 de dezembro de 2024.

Por que Nosferatu é tão relevante na história do cinema?

Assim como outras obras, como sua contemporânea O Gabinete do Dr. Caligari de Robert Wiene (1920), Nosferatu é considerado um dos filmes-chave e mais influentes do Expressionismo Alemão. O movimento artístico recorria a técnicas que, em vez de representar a realidade objetiva, levavam ao plano visual a experiência subjetiva dos personagens, particularmente a angústia, o medo e a dor. Múltiplas obras expressionistas, tanto no cinema quanto na pintura, tinham um discurso de crítica social e política. A subjetividade manifestada no Expressionismo Alemão, com sombras, altos contrastes, cenários distorcidos, edição acelerada e cenários distorcidos, foram fundamentais para definir a linguagem cinematográfica, sobretudo no gênero de terror.
Nosferatu, além disso, foi notável por sua relação com Drácula de Bram Stoker, do qual era uma adaptação não autorizada. Ao ser considerada uma violação dos direitos autorais, os herdeiros de Stoker processaram e ordenaram a destruição de todas as cópias do filme. No entanto, várias delas sobreviveram na clandestinidade. Graças a isso, o clássico persiste até os dias de hoje, deixando uma marca indelével no cinema de terror. Além de sua marca no gênero como um todo, o filme de Murnau é o nascimento do cinema vampírico. Introduziu várias das características que se tornaram clichês dos vampiros, como a fraqueza à luz do sol e a aparência monstruosa com garras e presas.

Quantas versões existem de Nosferatu?

Por ser uma das histórias mais influentes da literatura gótica, Drácula foi adaptado ao cinema uma infinidade de vezes. No entanto, devido à sua veneração, Nosferatu é um filme ao qual poucos cineastas ousaram se aproximar. Nosferatu só teve um remake propriamente dito: Nosferatu, o Vampiro (1979), do cineasta alemão Werner Herzog. Esta versão foi protagonizada por Klaus Kinski, Isabelle Adjani e Bruno Ganz, e apesar do título, recuperava situações e nomes do romance original de Stoker. O vilão não era o Conde Orlok, mas sim o Conde Drácula como tal.
Até agora, apenas Werner Herzog havia feito um remake do clássico de Murnau (Crédito: Werner Herzog Filmproduktion)
Além disso, no ano 2000, foi lançado o filme independente A Sombra do Vampiro, do diretor E. Elias Merhige. Esta produção de mistério e terror era um relato fictício da filmagem do Nosferatu original. A diferença é que Max Schreck (interpretado aqui por Willem Dafoe) é na verdade um vampiro autêntico, atuando em um filme. Nosferatu de Robert Eggers será o segundo remake do clássico, mais de 100 anos após o lançamento do filme original.

Siga o Filmelier no FacebookTwitterInstagram e TikTok.

Lalo Ortega

Lalo Ortega é crítico e jornalista de cinema, mestre em Arte Cinematográfica pelo Centro de Cultura Casa Lamm e vencedor do 10º Concurso de Crítica Cinematográfica Alfonso Reyes 'Fósforo' no FICUNAM 2020. Já colaborou com publicações como Empire en español, Revista Encuadres, Festival Internacional de Cinema de Los Cabos, CLAPPER, Sector Cine e Paréntesis.com, entre outros. Hoje, é editor chefe do Filmelier.

Escrito por
Lalo Ortega

Notícias recentes

Crítica de ‘House of the Dragon 2’: Episódio 3 tem aguardado encontro

Novo episódio de A Casa do Dragão (House of the Dragon) prepara para o conflito…

4 horas atrás

Crítica: ‘Um Lugar Silencioso: Dia Um’ e o Twinkie de Woody Harrelson

‘Um Lugar Silencioso: Dia Um’ leva a franquia em uma direção diferente, mas acaba sendo…

3 dias atrás

Crítica de ‘MaXXXine’: A vingança de Judy Garland

Com 'MaXXXine', Ti West e Mia Goth oferecem um grande fechamento para uma trilogia de…

4 dias atrás

Em ‘Aquela Sensação Que o Tempo de Fazer Algo Passou’, uma reflexão sobre as máscaras do dia a dia

Diretora Joanna Arnow conversou com o Filmelier sobre influências, medos, ideias e o novo 'Aquela…

6 dias atrás

‘O Urso’ (‘The Bear’): tudo sobre a série e onde assistir aos episódios da 3ª temporada

Depois de muita espera e ansiedade, a premiada série 'O Urso' finalmente vai ganhar 10…

1 semana atrás

Crítica de ‘Clube dos Vândalos’: isso não é ‘Easy Rider’

‘Clube dos Vândalos’ (‘The Bikeriders’) oferece uma visão divertida, mas superficial, da vida dos motoqueiros…

2 semanas atrás