Crítica de ‘House of the Dragon 2’: Episódio final da temporada decepciona Crítica de ‘House of the Dragon 2’: Episódio final da temporada decepciona

Crítica de ‘House of the Dragon 2’: Episódio final da temporada decepciona

Episódio final da segunda temporada de ‘House of the Dragon’ (‘A Casa do Dragão’) frustrou com trama arrastada e ausência de grandes batalhas

5 de agosto de 2024 00:13
- Atualizado em 20 de agosto de 2024 10:33
Trailer do episódio 8 de A Casa do Dragão

A segunda temporada de House of the Dragon chegou ao fim com uma grande expectativa de uma batalha épica entre os Targaryen, mas deixou a desejar. O clímax, adiado para a próxima temporada, combinado com a falta de grandes revelações e reviravoltas significativas, fez com que o final da temporada fosse anticlimático.

Confira abaixo o que achamos do final da temporada de A Casa do Dragão. Veja neste link tudo o que você precisa saber sobre House of the Dragon e como assistir à série online.

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Leia também as críticas dos outros episódios da 2ª temporada de House of the Dragon:

Atenção: o texto a seguir contém spoilers do episódio 8 da 2ª temporada de House of the Dragon.

A segunda temporada de House of the Dragon entregou episódios que prometiam uma escalada nas tensões entre os Verdes e os Pretos. Desde o início, com a dor e a sede de vingança de Rhaenyra (Emma D’Arcy) após a perda de seu filho, até as intrigas palacianas entre Alicent Hightower (Olivia Cooke), seu pai Otto, e o rei Aegon II (Tom Glynn-Carney), a série construiu uma narrativa rica em detalhes e cheia de promessas de uma guerra civil devastadora.

Temporada construiu o hype mas não entregou desfecho satisfatório

Durante toda a temporada de A Casa do Dragão, vimos uma construção cuidadosa das tensões entre os clãs, especialmente com Rhaenyra e Daemon (Matt Smith) consolidando suas forças para o iminente conflito. No entanto, o episódio final entregou um enredo lento, sem os grandes eventos antecipados ao longo da 2ª temporada.

House of the Dragon não chegou a lugar nenhum

Os primeiros episódios da temporada de House of the Dragon foram marcados por momentos de intensa preparação para a guerra, com a formação de alianças estratégicas e o desenvolvimento de personagens complexos. Momentos como a chegada de Daemon a Harrenhal, a reunião de aliados em Riverlands foram bem construídos, e a reunião dos bastardos montadores de dragões aumentaram a expectativa por um clímax explosivo – que nunca veio.

House of the Dragon 2: Rhaenyra e seus montadores de dragões
Rhaenyra e seus montadores de dragões (Créditos: Ollie Upton/HBO)

Enredo arrastado e mais introspectivo

Apesar de momentos brilhantes e episódios pontuados por atuações fortes e uma cinematografia impressionante, a temporada como um todo sofreu com um enredo arrastado. As cenas de batalhas prometidas ficaram muitas vezes em segundo plano para diálogos extensos e uma exploração mais aprofundada dos personagens. Os arcos focaram na introspecção e emoções dos protagonistas. Enquanto a construção do mundo e o desenvolvimento dos personagens foram louváveis, a série gerou frustração com a falta de ação e a decisão de guardar os momentos mais explosivos para a próxima temporada.

Dirigido por Geeta Vasant Patel, o capítulo teve mais uma vez a assinatura da cineasta. A vencedora do Emmy, que comandou o elogiado 3º episódio da 2ª temporada de House of the Dragon, mais uma vez focou em nuances emocionais dos personagens e em uma atmosfera tensa e intrigante. A direção foi excelente, o problema é que a história da temporada parece que não foi desenvolvida. A Casa do Dragão 2 deveria ter tido 9 episódios em sua 2ª temporada, não 8.

Foi uma progressão narrativa que parecia mais interessada em segurar informações para a próxima temporada. A decisão de adiar a Dança dos Dragões para o futuro deixou uma sensação de vazio e desapontamento. Será que faltou coragem para ousar? Não teve investimento para fazer cenas de batalha com dragões? Ou foi receio de entregar um final tão criticado como de Game of Thrones?

Enredo e desenvolvimento

Abordagem maniqueísta dos personagens

A série também apresentou uma abordagem simplista dos personagens principais, algo que não se via em Game of Thrones. Enquanto a série original era conhecida por sua complexidade moral e por evitar categorizações simplistas de “bom” e “mau”, House of the Dragon parece seguir um caminho mais maniqueísta. A narrativa claramente favorece Rhaenyra, retratando-a como a herdeira legítima, heroína injustiçada e vítima das circunstâncias, enquanto Aegon II (Tom Glynn-Carney) é mostrado como um antagonista “bobalhão” desprezível e Aemond (Ewan Mitchell) como um vilão imprevisível, endurecido pela vida – apesar de ele ser mostrado com mais nuances morais que os demais. 

Essa caracterização vai de encontro à complexidade moral que caracteriza o universo criado por George R.R. Martin, onde personagens eram motivados por uma mistura de ambição, medo, amor e ódio, tornando-os imprevisíveis e fascinantes.

Episódios marcantes e expectativas

Batalha de Rook’s Rest e outros destaques

Alguns episódios, como a Batalha de Rook’s Rest, trouxeram a ação e a tensão que os fãs esperavam, com dragões e estratégias militares tomando o centro do enredo. Outros episódios, como o quarto e o sétimo, ofereceram uma cinematografia deslumbrante e cenas de grande impacto visual. Contudo, mesmo esses momentos de brilho não conseguiram compensar o ritmo lento e as muitas subtramas que ficaram sem resolução.

A Casa do Dragão 2: Aemond e Alicent são retratados como vilões na série, contrariando dilemas de Game of Thrones
Aemond e Alicent são retratados como vilões na série, contrariando dilemas de Game of Thrones (Créditos: Theo Whiteman/HBO)

Conflitos internos e relações familiares

Os episódios da 2ª temporada também se destacaram ao explorar as complexas relações familiares dos Targaryen. A luta de Alicent para manter sua família unida, a crescente ambição de Aemond, assim como as questões de sucessão e legitimidade enfrentadas por Rhaenyra e seus filhos adicionaram camadas de drama à Casa de Dragão. A série apresentou momentos intensos e interessantes, como o confronto emocional entre Rhaenyra e Alicent, e a luta interna de personagens como Criston Cole, que se vê dividido entre lealdade e traumas.

Expectativas para a próxima temporada

A temporada terminou sem que os espectadores vissem o tão esperado confronto direto entre os Targaryen, deixando um grande cliffhanger e muitas perguntas em aberto. Apesar de seus altos e baixos, a segunda temporada de House of the Dragon serviu mais uma vez como um grande prólogo para o que promete ser uma guerra devastadora na terceira temporada. A Casa do Dragão continua a ser uma série de alta qualidade, mas que precisa equilibrar melhor sua narrativa. Com uma terceira temporada já confirmada, resta ver se a série conseguirá entregar as batalhas épicas e os conflitos complexos tão antecipados.

Relembre os eventos da 2ª temporada:

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