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Crítica de ‘House of the Dragon 2’: Episódio 6 mergulha em conflitos familiares

Trailer do episódio 6 de A Casa do Dragão

O sexto episódio da 2ª temporada de House of the Dragon, Smallfolk, adota um ritmo mais introspectivo, mergulhando nos conflitos internos de ambos os lados da guerra – os Verdes e os Pretos. Dirigido por Andrij Parekh, vencedor do Emmy por seu trabalho em Succession, o episódio oferece um olhar profundo sobre as dinâmicas familiares e as tensões que moldam as ações dos personagens.

Confira abaixo o que achamos do episódio 6 de A Casa do Dragão. Veja neste link tudo o que você precisa saber sobre House of the Dragon e como assistir à série online.

Leia também as críticas dos outros episódios da 2ª temporada de A Casa do Dragão:

Atenção: o texto a seguir contém spoilers do episódio 6 da 2ª temporada de House of the Dragon.

Família é tudo igual?

A ascensão de Aemond ao poder

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A relação entre Aemond (Ewan Mitchell) e Aegon (Tom Glynn-Carney) continua a deteriorar, com Aemond ameaçando a posição de seu irmão e ignorando os conselhos de sua mãe, Alicent (Olivia Cooke). A atuação de Ewan Mitchell como Aemond é particularmente impressionante, mostrando um personagem que cresce em ambição e frieza. Olivia Cooke, como Alicent, transmite de forma convincente a frustração e a impotência de uma mãe que perde o controle sobre seu filho.

Alicent falhou no papel de mãe?

Mais uma vez, acompanhamos a luta de Alicent para ser ouvida e respeitada dentro da Fortaleza Vermelha, enquanto tenta manter a família unida. A cena em que ela enfrenta Aemond e tenta aconselhá-lo, apenas para ser ignorada, mostra a dinâmica complicada entre mãe e filho e a luta de uma mulher para manter seu poder em um mundo dominado por homens.
Episódio de A Casa do Dragão mostra vestígio da figura materna que Alicent poderia ter sido para Aemond (Crédito: HBO)
Por um momento, é possível perceber o afeto entre eles. Quando ela segura o rosto do filho, percebe-se um vestígio da figura materna que Alicent poderia ter sido para Aemond, mas não foi – não protegendo-o do bullying e dos abusos sofridos na infância. Tanto que a mãe teme o que o rapaz se tornou, e ele não vê abertura para falar com ela, ao contrário das confissões que ele tem com a prostituta. É interessante ver que a própria Alicent questiona se foi uma boa mãe, quando pergunta de seu outro filho, Daeron Targaryen – a quem ela quase não tem contato – e que mora com seu irmão na casa dos Hightower em Vilavelha. Parece que este rapaz, mais jovem, está vivendo bem, é talentoso e gentil, segundo Gwayne Hightower (Freddie Fox).

A preocupação de Rhaenyra com Jace

Do lado dos Pretos, Rhaenyra (Emma D’Arcy) está preocupada com a insegurança de seu filho Jacaerys (Harry Collett) em relação ao seu potencial como governante. Emma D’Arcy entrega uma performance emocionante, capturando a dualidade de uma mãe que é ao mesmo tempo uma líder. A dinâmica entre Rhaenyra e Jace adiciona uma camada de complexidade ao enredo, destacando os desafios de preparar a próxima geração para a guerra e a liderança.

Beijo entre Rhaenyra e Mysaria

A relação entre Rhaenyra e Mysaria (Sonoya Mizuno) também se desenvolve significativamente neste episódio. Além de Mysaria oferecer conselhos valiosos para Rhaenyra, sugerindo maneiras alternativas de lutar a guerra, ela celebra o fato da Rainha vê-la como uma igual. Esse enredo tem diversas similaridades com a relação entre Daenerys (Emilia Clarke) e Missandei (Nathalie Emmanuel) em Game of Thrones, e a confiança entre elas. No entanto, em A Casa do Dragão, essa amizade leva a um surpreendente romance, com as duas se beijando, em um momento de entrega e emoção, ainda que fora de contexto. Apesar de inesperado, é mais um toque na receita do conflito de Westeros, que pode dar muito pano para a manga.
Rhaenyra e Mysaria protagonizam beijo inesperado em A Casa do Dragão (Crédito: HBO)

Revelações convenientes

Outro ponto alto do episódio é a busca por novos montadores de dragões. Nesse meio, convenientemente, ocorre a revelação de que os irmãos apresentados anteriormente em Derivamarca são, na verdade, filhos de Corlys Velaryon (Steve Toussaint). Ou seja, em um cliffhanger, descobrimos que eles estariam destinados a domar dragões. Esta revelação adiciona uma nova camada de complexidade à narrativa, destacando a importância do sangue Targaryen e o papel crucial que esses dragões podem desempenhar na guerra.

Daemon e Alys: Alucinação ou realidade?

No episódio 6, mais uma vez encontramos o arco arrastado de Daemon (Matt Smith): o “Rei Consorte” alucinando em Harrenhall. Nesse contexto, a relação entre Daemon e Alys torna-se um ponto de interrogação intrigante. Alys, apresentada em Harrenhal, exerce uma influência misteriosa sobre Daemon, levando muitos a questionarem se ela é uma figura real ou uma alucinação provocada pelos demônios internos de Daemon. O episódio sugere que as visões de Alys podem ser um reflexo das lutas psicológicas de Daemon, especialmente considerando o ambiente assombrado de Harrenhal, acrescentando uma camada de ambiguidade e mistério à narrativa.

O estilo de direção de Andrij Parekh

Andrij Parekh traz para House of the Dragon um estilo de direção que enfatiza o desenvolvimento de personagens e a construção de tensão. Conhecido por seu trabalho em Succession, Parekh utiliza enquadramentos fechados e uma cinematografia sombria para refletir o estado emocional dos personagens. Sua abordagem realça os dilemas morais e as traições, tornando o episódio uma peça chave para entender as motivações que impulsionam a guerra. O estilo de direção do excelente cineasta enfatiza a complexidade emocional e a intensidade dramática, além de destacar as nuances das relações familiares no episódio – tal como ele já estava acostumado na premiada Succession. Sua habilidade em capturar momentos íntimos e carregados de emoção é evidente em cenas cruciais, como a tensão entre Aemond e Aegon.
Tensão ameaçadora entre Aemond e Aegon (Crédito: HBO)
Faltando dois episódios para o fim da temporada de House of the Dragon, o sexto capítulo é uma exploração fascinante dos conflitos internos e das relações familiares que moldam os acontecimentos da série, , preparando o terreno para os confrontos finais da temporada, com o possível retorno de Otto Hightower (Rhys Ifans). Além disso, o episódio avança com a história, mostrando a revolta do povo comum frente à fome e ao descaso de seus governantes, destacando a profundidade e a complexidade do universo de A Casa do Dragão.

Relembre os eventos da 2ª temporada (com spoilers!):

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Vitória Pratini

Jornalista especializada em filmes, séries e cultura pop há 8 anos, Vitória Pratini já foi publicada no AdoroCinema, IGN Brasil, Terra e MSN. Hoje, é Estrategista de Conteúdo e Redatora do Filmelier.

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