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Associação do Globo de Ouro aprova mudanças para ter mais negros entre os votantes
Objetivo da Hollywood Foreign Press Association é ter pelo menos 50% de seus integrantes vindos de minorias, diminuindo falta de pluralidade
Matheus Mans | 06/05/2021 às 18:37 - Atualizado em: 10/05/2021 às 12:16
A Hollywood Foreign Press Association (HFPA), grupo de jornalistas estrangeiros responsável pelo Globo de Ouro, aprovou nesta quinta-feira, 6, uma série de reformas na organização da premiação, já a partir deste ano. A decisão da HFPA surge meses depois de críticas à falta de transparência e de pluralidade, que hoje não conta com negros dentre seus 86 membros.
Primeiramente, o conselho da HFPA deve admitir vinte novos membros até o final de 2021, com foco específico nas chamadas minorias -- negros, asiáticos, latinos, dentro outros. A meta final da organização, de acordo com o que foi aprovado pelos membros na tarde de hoje, é ter pelo menos 50% de seus integrantes vindos de minorias, diminuindo a falta de pluralidade.

De acordo com reportagem do The Hollywood Reporter, uma série de medidas serão tomadas. Para facilitar essa transformação, a instituição deixa de exigir que os membros do HFPA residam no sul da Califórnia, ampliando a elegibilidade para qualquer jornalista qualificado que viva nos Estados Unidos e trabalhe para um meio de comunicação estrangeiro.
Por fim, também passa a aceitar jornalistas que trabalhem em mídias digitais, assim como abre mão da exigência de que os novos integrantes sejam apadrinhados por outros membros da HFPA -- algo que acaba criando a sensação de que a instituição é apenas um clube de amigos cinéfilos. Também não há mais limite de novos membros aceitos a cada ano.
Crise do Globo de Ouro
Enquanto isso, outras decisões tentam melhorar a imagem da instituição. Afinal, há anos, o Globo de Ouro é conhecido pelos jabás e presentes distribuídos aos votantes, às vezes por baixo dos panos, por produtoras e grandes distribuidoras. Assim, a HFPA acaba criando a sensação, muitas vezes, de que certas produções não foram indicadas ao prêmio por mérito.

Agora, "todos os integrantes atuais serão obrigados a atender aos mesmos padrões dos membros entrantes para o recredenciamento", assim como terão que aderir a "um novo código de conduta". Este código de conduta determinará que os membros não aceitem mais itens promocionais e visa abordar melhor a "estrutura da viagem da imprensa" e "procedimentos de entrevista coletiva, incluindo consultoria com publicitários".
Além disso, o HFPA irá "contratar uma equipe de gestão profissional, incluindo, mas não se limitando a, um Diretor Executivo, Diretor de Diversidade, Equidade e Inclusão, Diretor de Recursos Humanos e Diretor Financeiro, com o objetivo de ter o Diretor de Diversidade, Equidade e Inclusão assumindo todas as suas funções até 1º de setembro de 2021".
No entanto, vale lembrar que, mesmo antes dessas mudanças, a HFPA já tinha alguns limites para evitar a corrupção dos votantes, principalmente com limite de preço dos jabás e outras coisas do tipo. Ainda assim, porém, a instituição tapou os olhos e não reclamou quando votantes, por exemplo, foram à França para visitar o set da série 'Emily em Paris', ainda em 2019.
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Jornalista especializado em cultura, gastronomia e tecnologia, cobrindo essas áreas desde 2015 em veículos como Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites. Já participou de júris de festivais e hoje é membro votante da On-line Film Critics Society. Hoje, é editor do Filmelier.

Jornalista especializado em cultura, gastronomia e tecnologia, cobrindo essas áreas desde 2015 em veículos como Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites. Já participou de júris de festivais e hoje é membro votante da On-line Film Critics Society. Hoje, é editor do Filmelier.
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