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'Sobreviventes: Depois do Terremoto': drama moral numa Seul distópica
Conheça Sobreviventes: Depois do Terremoto (Concrete Utopia), filme coreano com atores de Parasita, Round 6 e Uma Dose Diária de Sol. Um drama moral numa Seul distópica
Daniel Maggi | 06/02/2024 às 18:50 - Atualizado em: 29/04/2024 às 20:15
Desde o Oscar de Parasita, passando pelo fenômeno dos doramas e da série Round 6 da Netflix, até a popularidade de filmes como Invasão Zumbi, a Coreia do Sul tem se destacado com produções de alta qualidade. Este ano, Sobreviventes: Depois do Terremoto foi a aposta do país para a 96ª edição do Oscar 2024 na categoria de Melhor Filme Internacional.
E embora não tenha conquistado a indicação, o longa não deixa indiferente a quem adora um drama moral com cenas de suspense trepidantes e pitadas de humor mórbido. Quer saber mais sobre o filme? Confira abaixo o "dossiê" que o Filmelier preparou sobre Sobreviventes: Depois do Terremoto (ou Concrete Utopia, título internacional da produção).
Como é a história de Sobreviventes: Depois do Terremoto?
O longa de Um Tae-hwa — quem venceu como melhor diretor no Blue Dragon Film Awards, um dos festivais de cinema mais populares da Coreia do Sul — faz jus a um precedente de filmes sobre desastres apocalípticos com uma leitura social e política, como Invasão Zumbi e #Alive.
Numa Seul arrasada por um terremoto de proporções gigantescas, Sobreviventes: Depois do Terremoto tece a história dos habitantes do complexo de apartamentos Hwang Gung, um dos poucos que ficam em pé, e das suas relações com o entorno destruído e os milhares de sobreviventes famintos e sem abrigo que perambulam nele.

Que assuntos discute Concrete Utopia?
Numa primeira leitura, Sobreviventes: Depois do Terremoto faz uma reflexão moral entre o pragmatismo político e o idealismo humanista no contexto do condomínio Hwang Gung.
Por um lado, a decisão dos vizinhos de expulsar todos os não-residentes do complexo e impor um regime fechado e autoritário para viabilizar a sua sobrevivência parece contentar as maiorias.
Contudo, a fragilidade de uma realidade de privilégios diante de um mundo em caos faz com que a aparente bonança do Hwang Gung entre em colapso.
Quem está no elenco de Sobreviventes: Depois do Terremoto?
O longa coreano apresenta caras conhecidas para quem acompanha o universo audiovisual do país asiático.
A heroína Myung-hwa (Park Bo-young, protagonista do dorama Uma Dose Diária de Sol) é a voz da empatia na trama. Já o marido Min-sung (Park Seo-joon, quem vimos em Parasita) se debate entre as forças que querem manter a ordem no condomínio e a solidariedade com os desabrigados.

No entanto, a atuação do vilão Kim Young-tak (Lee Byung-hun do elenco de Round 6) — o líder escolhido pela comunidade para comandar as “forças militares” do Hwang Gung — merece palmas à parte.
Os esforços de Kim a fim de evitar que seu passado e verdadeira identidade venham à tona irão desequilibrar o personagem. A caracterização de Lee Byung-hun desse arco dramático é um dos pontos altos do longa.
Por que assistir a Concrete Utopia?
Além de drama, Sobreviventes: Depois do Terremoto também tem ação?
Não é por causa de seu teor político e drama moral que Sobreviventes: Depois do Terremoto é isento de emoção e cenas de ação. A sequência de efeitos especiais que abre o filme — Seul sendo engolida pelas forças telúricas da Terra — é digna de qualquer blockbuster distópico.
Batalhas, brigas, emboscadas e retaliações não faltam nas tensões internas entre os afetos e dissidentes do regime do Hwang Gung; o ritmo não deixa indiferente o público que não quer dormir na poltrona.
O suspense também toma conta da trama, especialmente por conta da história do líder Kim Young-tak. E, claro, o que não podia faltar em um bom filme coreano: esse humor físico, ora cândido ora ácido, que dá cor ao coral de personagens que pugnam por sobreviver no futuro apocalíptico.

- Veja também: Filmes coreanos de ação para assistir em casa
Onde assistir a Sobreviventes: Depois do Terremoto?
O filme segue em cartaz nos cinemas até fevereiro e estará disponível para compra e aluguel a partir de 4 de março nas plataformas Apple TV, Prime Video e Google Play.
*Texto de Daniel Maggi, sob a supervisão de Vitória Pratini.