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Diretor de '76 Days' conta desafios de filmar a pandemia em Wuhan, na China
Longa-metragem, exibido no Festival de Toronto, mostra bastidores de um hospital durante os 76 dias de lockdown na cidade chinesa
Matheus Mans | 18/09/2020 às 19:35 - Atualizado em: 30/09/2020 às 17:39
A primeira cena do documentário '76 Days', exibido nesta semana no Festival de Toronto e ainda sem data de lançamento no Brasil, é desesperadora. Em um hospital, médicos com roupas especiais, como visto em filmes como 'Contágio' e 'Epidemia', correm pra lá e pra cá. Gritam, em mandarim, que não sabem o que está realmente acontecendo. Do lado de fora, dezenas de pessoas pedem ajuda aos médicos.
- Leia também: Documentários se destacam no Festival de Toronto
Este não apenas é o começo do longa-metragem. É, também, o início da então epidemia na cidade de Wuhan, na China, que viria a se alastrar pelo resto do mundo ao longo dos próximos meses, matando milhares e infectando milhões. '76 Days' é o primeiro documento fílmico do tipo, que registra os bastidores desses primeiros dias de caos no continente asiático.

Hao Wu, diretor do longa-metragem, caiu no projeto de paraquedas. Cidadão americano, decidiu viajar para a China no começo de janeiro com seu marido e filhos. A ideia era passar um tempo com seus pais, diagnosticados recentemente com câncer, e celebrar o Ano Novo chinês. No entanto, por conta do coronavírus, só ele acabou embarcando para a China.
"Foi uma experiência realmente muito estranha", conta o cineasta, em entrevista coletiva no Festival de Toronto. "Shangai é a maior cidade da China. Geralmente, o Ano Novo Chinês é muito festivo. Mas não tinha quase ninguém nas ruas. Era quase como um set de filmes de apocalipse zumbi. Me perguntava: 'como isso pode ter acontecido?'. Estava bravo, frustrado".
Filmagens de '76 Days'
Assim, por ter chego na China exatamente no dia 23 de janeiro, quando o lockdown foi decretado na cidade de Wuhan, Hao Wu não pode ter acesso à região. Já estava interessado em fazer um documentário, mas não tinha meios. Por isso, acabou se valendo da colaboração de Weixi Chen, cineasta da região que foi dirigido e orientado por sino-americano à distância.
Afinal, por já estar em Wuhan, ele teve o acesso facilitado. No entanto, não foi simples conseguir entrar nos hospitais para registrar o momento. "Não é algo só difícil por ser na China", conta o diretor Hao Wu. "Eu também tentei fazer filmagens em hospitais em Nova York, quando a pandemia chegou aqui, e foi algo realmente muito, muito difícil de conseguir autorização".

No entanto, ainda assim, o governo chinês foi um empecilho "invisível". Os dois colaboradores de Hao Wu desistiram de entregar as filmagens logo após as gravações terminarem com medo do que poderia acontecer com os dois. Weixi Chen acabou aceitando e, ainda, autorizou a colocação de seu nome no filme. O outro permaneceu apenas com o codinome Anonymous.
Por fim, o próprio Hao Wu decidiu editar o material para evitar que o filme tivesse uma entonação que viesse a prejudicar os colaboradores. "Editei o filme no porão da minha casa em Atlanta, nos Estados Unidos, tomando muito vinho", conta o cineasta. "Não sei se foi efeito apenas do vinho, mas chorei muito. Não entendi como aquilo pode acontecer bem ali, na China".

Jornalista especializado em cultura, gastronomia e tecnologia, cobrindo essas áreas desde 2015 em veículos como Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites. Já participou de júris de festivais e hoje é membro votante da On-line Film Critics Society. Hoje, é editor do Filmelier.

Jornalista especializado em cultura, gastronomia e tecnologia, cobrindo essas áreas desde 2015 em veículos como Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites. Já participou de júris de festivais e hoje é membro votante da On-line Film Critics Society. Hoje, é editor do Filmelier.
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