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Amazon conclui a compra da MGM por US$ 8,5 bilhões
Ao menos por enquanto, a nova dona não mexerá com os lançamentos dos cinemas - principalmente na franquia 'James Bond 007'
Renan Martins Frade | 17/03/2022 às 15:24 - Atualizado em: 17/03/2022 às 15:24
A Amazon anunciou nesta quinta, 17, que concluiu a aquisição da Metro-Goldwyn-Mayer. O negócio foi anunciado em maio de 2021 e, desde então, passou pela aprovação dos órgãos regulatórios e por outras burocracias. Agora, o estúdio centenário MGM - que tem um catálogo de 4 mil filmes e 17 mil episódios de TV - faz parte do conglomerado criado por Jeff Bezos, ao lado de Amazon Studios e Prime Video. O valor final da transação ficou em US$ 8,5 bilhões.
De acordo com o Deadline, a Amazon não irá, neste primeiro momento, realizar mudanças no calendário de lançamentos - nem pretende fazer do catálogo do estúdio uma exclusividade do Prime Video. Além disso, a empresa continuará apoiando os cinemas, mas os lançamentos na tela grande serão determinados caso a caso.
Por fim, não haverá qualquer mudança na franquia 'James Bond 007' - até porque a Eon Productions e a Danjaq, de Albert R. Brocoli e Harry Saltzman, é sócia nesses filmes e tem voto no formato em que são lançados.

“A MGM tem um legado de quase um século de produção de entretenimento excepcional e compartilhamos seu compromisso de entregar uma ampla gama de filmes e programas de televisão originais para um público global”, disse Mike Hopkins, vice-presidente sênior da Prime Video e Amazon Studios, em comunicado oficial. "Congratulamos funcionários, criadores e talentos da MGM no Prime Video e no Amazon Studios, e estamos ansiosos para trabalhar juntos para criar ainda mais oportunidades para oferecer narrativas de qualidade aos nossos clientes".
“Estamos empolgados com a MGM e sua abundância de marcas icônicas, filmes lendários e séries de televisão, e nossa incrível equipe e parceiros criativos para se juntar à família Prime Video”, disse Chris Brearton, diretor de operações da MGM. "A MGM foi responsável pela criação de alguns dos filmes e séries de televisão mais conhecidos e aclamados pela crítica do século passado. Estamos ansiosos para continuar essa tradição à medida que avançamos neste próximo capítulo, reunindo-nos com a grande equipe da Prime Video e Amazon Studios para fornecer ao público o melhor em entretenimento nos próximos anos."
A conturbada trajetória da MGM
A Metro-Goldwyn-Mayer já foi uma das joias da coroa de Hollywood. Criada em 1924 a partir da fusão de Metro Pictures Coporation, Goldwyin Pictures e Louis B. Mayer Pictures, o estúdio era um dos “cinco grandes” da Era de Ouro do cinema norte-americano.

Clássicos como ‘O Mágico de Oz‘ e a série de curtas animados ‘Tom & Jerry’ colocaram o famoso personagem Leo, the Lion no imaginário popular de gerações.
Já nos anos 1970, firmou uma parceria de distribuição com a United Arts, que seria adquirida de vez no começo da década seguinte. Dessa forma, trouxe para o seu guarda-chuva os filmes do personagem James Bond e de Rocky Balboa.
No entanto, uma série de administrações desastrosas e o fim do chamado “studio system”, com a proibição de distribuidores serem donos de salas de cinemas nos EUA, foram aos poucos levando a MGM ao declínio.
Um dos maiores exemplos dessa fase é o envolvimento do investidor Kirk Kerkorian, que comprou o estúdio e emprestou o seu nome para o famoso cassino e hotel de Las Vegas. Depois, o grupo foi vendido para Ted Turner, que, por conta do grande volume de dívidas da MGM, revendeu a empresa para a Kerkorian.
No entanto, nessa transação, Turner manteve para si boa parte dos clássicos da MGM. Hoje, o catálogo (incluindo ‘O Mágico de Oz’) está com a Warner, que comprou a Turner Broadcasting System em 1996. Já os antigos estúdios da MGM em Culver City, Califórnia, foram vendidos e estão atualmente nas mãos da Sony.

Em 2010, a MGM entrou com um pedido de falência – ou, como é chamado em sua versão dentro da legislação brasileira, um pedido de recuperação judicial. A empresa vem desde então tentando se reerguer, inclusive por meio de parcerias com outros grandes estúdios para a distribuição de seus filmes – houve acordos com Sony, Warner e Universal.
A aquisição pela Amazon é o caminho para a velha MGM sobreviver no mundo “pós-cinemas” que vai se desenhando para o futuro.

Jornalista especializado em cinema, TV, streaming e entretenimento. Foi anteriormente editor do Judão e escreveu para veículos como UOL, Superinteressante e Mundo dos Super-Heróis. Também trabalhou com a comunicação corporativa da Netflix.

Jornalista especializado em cinema, TV, streaming e entretenimento. Foi anteriormente editor do Judão e escreveu para veículos como UOL, Superinteressante e Mundo dos Super-Heróis. Também trabalhou com a comunicação corporativa da Netflix.
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