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Morre Alan Arkin, ator de 'Pequena Miss Sunshine', aos 89 anos

Causa da morte de Alan Arkin não foi revelada; ator era vencedor de um Oscar como Melhor Ator Coadjuvante

Matheus Mans | 30/06/2023 às 11:41 - Atualizado em: 30/06/2023 às 11:59


Alan Arkin, ator que ficou conhecido principalmente por seu papel como o avô Edwin em Pequena Miss Sunshine, morreu nesta sexta-feira, 30, aos 89 anos. O astro, que já colecionava sete décadas de atuação nos palcos e também nas telas, morreu em sua casa em Carlsbad, Califórnia, de acordo com a Variety. Não foram divulgadas as causas.

“Nosso pai era uma força da natureza com talento único, como artista e como homem. Um marido amoroso, pai, avô e bisavô, sua falta será profundamente sentida”, disseram os filhos, Adam, Matthew e Anthony, em nota conjunta.

Alan Arkin brilhou em diversos gêneros e formatos

Pode-se dizer, até com certa tranquilidade, que Alan Arkin teve o ápice de sua carreira com Pequena Miss Sunshine, filme em que interpreta o avô que acompanha a garotinha para o concurso de beleza. Afinal, não só o filme se tornou absolutamente popular, como também rendeu um Oscar de Melhor Ator Coadjuvante para o então septuagenário.

Outro destaque ficou com Argo, longa-metragem de Ben Affleck que levou o Oscar de Melhor Filme e garantiu uma indicação de Arkin em Melhor Ator Coadjuvante. No filme, ele interpreta o ácido e provocativo produtor Lester Siegel, que ajuda o maquiador John Chambers (interpretado brilhantemente por John Goodman) na missão de vender um filme fictício para encobrir, assim, a saída de seis americanos do Irã durante a Revolução Iraniana em 1980.

Cena do filme Pequena Miss Sunshine com Alan Arkin
Alan Arkin em cena de Pequena Miss Sunshine (Crédito: 20th Century Studios)

Esses dois papéis, reconhecidos pela crítica e pelo público, já dão um gostinho do que era Arkin nos cinemas: um ator versátil, que encarava vários papéis, e que sabia como transitar entre gêneros. Há um drama pungente nesses dois personagens, até mesmo com um viés trágico em Pequena Miss Sunshine, mas que o ator norte-americano sabia como inserir até mesmo uma boa dose de comédia e de humor na dor da situação. Era um ator único, que brilhava em cena.

Mais recentemente, Alan Arkin recebeu indicações ao Emmy Award, também na categoria de Melhor Ator Coadjuvante, por conta de sua atuação na série de comédia O Método Kominsky, na qual estrelou ao lado de Michael Douglas. Arkin recebeu quatro indicações adicionais ao Emmy (em outras categorias) no início de sua carreira.

Começo da carreira de Alan Arkin

Apesar de ter feito sucesso principalmente nas telonas, Arkin começou a carreira nos palcos, atuando como um dos primeiros membros da trupe de comédia Second City em Chicago antes de ir para a Broadway em From the Second City, em 1961. Dois anos depois, ele ganhou um Tony por estrelar a comédia de Joseph Stein, Enter Laughing.

Depois disso, começou a ganhar espaço na televisão e no cinema -- onde também foi reconhecido. Ganhou sua primeira indicação ao Emmy pelo episódio ABC Stage 67, de The Love Song of Barney Kempinski, em 1967. No mesmo ano, recebeu sua primeira indicação ao Oscar pela inusitada comédia de guerra Os Russos Estão Chegando, os Russos Estão Chegando -- depois, também viria a ser indicado pelo drama O Coração é um Caçador Solitário, em 1969.

Alan Arkin, à esquerda, em cena de Os Russos Estão Chegando, Os Russos Estão Chegando (Crédito: MGM)

Alguns outros grandes trabalhos de Arkin, no início de carreira, vieram com Um Clarão nas Trevas, onde interpreta um psicopata que aterroriza Audrey Hepburn, e com Inspetor Clouseau, o personagem de Pantera Cor-de-Rosa.

Apesar desse sucesso nas telonas, Arkin nunca deixou a televisão. Nos anos 1980, foi indicado novamente ao Emmy por seu trabalho no filme para televisão Escape from Sobibor, da CBS, sobre o Holocausto, e depois, em 1997, por conta de uma participação especial em Chicago Hope e, enfim, em 2003, para o telefilme The Pentagon Papers.

Em 1971, ele também estreou na direção com Pequenos Assassinatos, filme com Elliott Gould. Depois, repetiu o crédito como diretor na comédia Os Incendiários Estão Chegando e, também, em algumas séries de TV e em alguns curtas.

Trabalhos mais recentes

Depois de desacelerar nos anos 1980, Arkin trabalhou nas últimas três décadas do jeito que mais gostava: diversificando papéis. Foi desde o psiquiatra do assassino profissional interpretado por John Cusack em Matador em Conflito até, veja só, o diplomata do filme brasileiro O Que é Isso, Companheiro?, de Bruno Barreto.

Também esteve em comédias (Agente 86, Confusões em Família), ficções científicas (Gattaca), dramas (Marley & Eu), filmes juvenis (Os Muppets, Dumbo) e vários filmes de fins de ciclos (Ajuste de Contas, Despedida em Grande Estilo).

Nos últimos anos, ele estava afastado das telas -- provavelmente já doente ou cuidando da saúde por conta da velhice. Além da série O Método Kominsky, também está na comédia de ação Troco em Dobro e em Minions 2. No IMDb, ele está creditado ao filme futuro The Smack, mas infelizmente não deu tempo: o longa ainda está em pré-produção.

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Matheus Mans
Matheus Mans

Jornalista especializado em cultura, gastronomia e tecnologia, cobrindo essas áreas desde 2015 em veículos como Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites. Já participou de júris de festivais e hoje é membro votante da On-line Film Critics Society. Hoje, é editor do Filmelier.

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