Interpretando Bernadette Chirac, Catherine Deneuve entrega uma atuação afiada em Bernadette: A Mulher do Presidente (2023). Ela incorpora a ex-primeira-dama da França com uma mistura única de ironia e vulnerabilidade, revelando a faceta de uma mulher acostumada ao poder nos bastidores da política. O filme destaca a habilidade de Deneuve em construir personagens multifacetadas, capturando as sutilezas de uma figura pública que luta para se impor em um mundo dominado pelos homens.
Luis Buñuel encontrou em Catherine Deneuve a atriz perfeita para A Bela da Tarde (1967), onde ela dá vida à enigmática Séverine. Nessa obra, Deneuve explora com elegância o desejo reprimido e a transgressão sexual, ao interpretar uma dona de casa entediada que encontra no bordel uma fuga para suas fantasias. Com sua atuação sutil e provocante, Deneuve transforma o filme em uma obra de arte, mergulhando o público em um universo onde realidade e imaginação se confundem.
Em um dos momentos mais delicados de sua carreira, Deneuve interpreta Geneviève em Os Guarda-Chuvas do Amor (1964), um musical francês que é tanto uma celebração do amor quanto uma tragédia romântica. A atuação de Deneuve, marcada pela doçura e pelo sofrimento silencioso de sua personagem, é um dos pilares emocionais do filme. Sua interpretação cativa ao expressar a dor da separação e a força do destino, em um papel que lançou a jovem atriz ao estrelato.
No icônico Fome de Viver (1983), Catherine Deneuve destaca-se como Miriam Blaylock, uma vampira imortal que transborda sensualidade e mistério. O filme, que mistura terror com erotismo, encontra em Deneuve a personificação perfeita da beleza fria e letal de uma predadora noturna. Sua presença ao lado de David Bowie e Susan Sarandon acrescenta uma atmosfera de sofisticação ao gênero de vampiros, e sua interpretação é carregada de uma quietude que sugere perigos ocultos.
Em A Verdade (2019), o trabalho de Catherine Deneuve como Fabienne, uma atriz veterana, traz à tona a complexidade das relações familiares. Dirigida por Hirokazu Kore-eda, Deneuve mergulha no papel de uma mulher que, por trás da glória das telas, carrega inseguranças e arrependimentos. Sua interação com Juliette Binoche, que interpreta sua filha, revela uma dinâmica repleta de tensões e afetos não ditos, em uma performance cheia de nuances que revela camadas profundas da personagem.