Baseado na HQ francesa ‘O Perfuraneve’, o filme traz Chris Evans (de ‘Capitão América: O Primeiro Vingador) como um herói em uma luta de classes. Para quem procura um sci-fi com ação, humor, suspense, violência e uma forte crítica ao capitalismo, vai encontrar um prato cheio em ‘Expresso do Amanhã’.
O filme vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2019 e do Oscar de Melhor Filme em 2020 é um daqueles que precisa ser visto. Embora a história se passe na Coreia do Sul, o comentário social sobre a desigualdade de 'Parasita' é tão universal quanto magistralmente apresentado pelo diretor Bong Joon-ho ('Okja'), auxiliado por um elenco cujas performances são realmente dignas de nota. O cineasta sul-coreano consegue nos envolver com uma história eletrizante e cheia de adrenalina, que brinca com todas as expectativas de ser uma sátira social divertida e de humor ácido. Todas as reviravoltas inesperadas da trama, bem como sua conclusão chocante, fazem deste um longa-metragem que o deixará pensando por muito após os créditos finais. No Globo de Ouro, levou o ouro na categoria de melhor filme em língua estrangeira, além de ser indicado para melhor direção e melhor roteiro.
Mickey 17 é um filme de comédia e ficção científica dirigido por Bong Joon-ho, vencedor do Oscar por Parasita. Baseado no romance Mickey7 de Edward Ashton, a trama se passa em um futuro distópico em que a humanidade está colonizando outros planetas em missões patrocinadas por políticos e empresas. Desesperado para deixar a Terra, Mickey (Robert Pattinson) aceita um trabalho como "descartável": uma pessoa enviada para tarefas suicidas para morrer, ser clonada com suas memórias intactas e voltar ao trabalho. Quando dois clones de Mickey coexistem acidentalmente ao mesmo tempo (algo proibido na colônia), ambos devem manter sua existência em segredo enquanto tentam parar os planos do governo autoritário em que vivem. Como em outros filmes de Bong Joon-ho, Mickey 17 traz uma crítica afiada às práticas desumanas e à desigualdade econômica de um sistema capitalista levado às últimas consequências (usando também humor ácido, como em Okja). No entanto, é um filme que tenta cobrir muitas subtramas e temas, abusando de recursos como flashbacks e narração em off para explicar muita coisa. Não alcança as alturas de Parasita, mas também é impossível tirar os olhos da excêntrica atuação de Robert Pattinson na tela, mantendo as coisas muito divertidas. Não é o melhor filme de Bong Joon-ho, mas de qualquer forma, tem mais a dizer em comparação com os típicos blockbusters de Hollywood hoje em dia.