Uma delirante sátira sobre o enorme poder que o egocentrismo ganhou em nossas vidas, ao ponto de desencadear casos verdadeiramente arrepiantes de narcisismo. Sick of Myself é a história de Singe e Thomas, um casal competitivo e não muito saudável que chega a um ponto de ruptura quando ele, um artista, começa a ganhar mais atenção. Ela, uma modesta garçonete de café, sente ciúmes e recorre a medidas extremas: tomar um medicamento proibido para adoecer propositalmente e chamar a atenção. A situação se descontrola em níveis inimagináveis, que é melhor não dizer aqui para não estragar a surpresa. Mas basta dizer que é um retrato tão divertido quanto indignante de uma sociedade que colocou demasiado énfase no ego, e você vai rir tanto quanto sentir pena alheia.
Se A Pior Pessoa do Mundo tivesse um filme irmão, mas mais caótico, furioso e excêntrico, seria Ninjababy. Estrelado pela genial Kristine Thorp (Doente de Mim Mesma), o filme trata de uma garota festeira que abandonou a faculdade, mas se depara com a notícia de que está grávida. Enquanto tenta descobrir quem é o pai e se deve ou não dar o bebê para adoção, ela também começa a amadurecer ao interagir com um personagem chamado Ninjababy, um produto de sua imaginação criado para assimilar sua situação. Com uma energia anárquica, é um filme que captura os desejos e visões de mundo de toda uma geração.
Parece banal dizer isso, mas a vida é um eterno aprendizado - e ‘A Pior Pessoa do Mundo’ faz uma pequena síntese desse pensamento. Indicado a duas categorias no Oscar 2022, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Roteiro Original, a comédia romântica é um reflexo geracional de muitos jovens adultos e, sem dúvida, um dos melhores filmes da temporada 2021/2022. A história nos faz refletir que, muitas vezes, encontramos a pessoa certa no relacionamento errado e vice-versa. O maior problema é sentir um vazio toda vez que nos encontramos (ou nos acostumamos) com alguém. Afinal, somos nós que temos que preencher o que está vazio na gente e não nas outras pessoas. Na vida, temos infinitas possibilidades e indecisões. Muitas vezes, os relacionamentos nos impedem de ver que somos apenas espectadores das escolhas de outras pessoas. Decisões são difíceis de tomar, mas são necessárias – especialmente quando nossas prioridades na vida começam a ser distorcidas.
Como é a vida de uma aeromoça em uma companhia aérea de baixo custo? Essa é a história de ‘Bem-vindos a Bordo’, filme da dupla Emmanuel Marre e Julie Lecoustre que mostra o dia a dia de Cassandre (Adèle Exarchopoulos) no avião enquanto foge dos problemas com a família e da falta de qualquer relação verdadeira — seja com amigos ou interesses amorosos. Com ótima atuação da atriz francesa, o filme ainda encontra espaço para refletir sobre a precarização dos serviços e como as pessoas são afetadas nesses processos. Um bom drama francês que deve cativar e emocionar.
Edgar Wright (‘Em Ritmo de Fuga’) adapta as HQs de Bryan Lee O’Malley com toda a energia adolescente e inspiração dos games do material original. O resultado é um filme teen envolvente, divertido e carismático, sobre um jovem (vivido por Michael Cera) que quer conquistar o coração da amada Ramona (Mary Elizabeth Winstead), mas, pra isso, precisa derrotar todos os ex (e as ex) dela. O visual é empolgante e há diversas referências da cultura pop.